quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Câmara aprova mínimo de R$ 545; próximo passo é convencer Senado

O governo ganhou a disputa com folga. Agora, é a vez de o Senado decidir o valor do salário-mínimo, provavelmente já na semana que vem.

O novo valor do salário-mínimo é de R$ 545. A Câmara dos Deputados aprovou no finzinho da noite em um clima de muita discussão e protestos no Congresso. Foi o primeiro teste do governo e a primeira votação polêmica.
A vitória foi folgada na Câmara, mas ainda falta convencer o Senado. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), quer aproveitar esse clima e vai tentar votar a proposta já na semana que vem, na próxima quarta-feira.
A expectativa é de uma nova vitória bastante folgada. Só aí o novo mínimo de R$ 545 vira lei e entra em vigor.
Foi a primeira votação importante do governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso e deu tudo certo. Afinal, um reajuste maior teria impacto sobre as contas públicas, e aí, por tabela, sobre os juros e inflação.
O salário-mínimo de R$ 545 foi aprovado depois de uma longa discussão em plenário, em mais de dez horas sem parar. “O salário-mínimo será valorizado de maneira frequente para garantir poder de compra na mão dos trabalhadores”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do partido.
O governo calculou. Tinha maioria, mas nunca se sabe. “Eu fui dormir fazendo contas”, comentou o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS).
Não deu para contar com todos os aliados. “Eu voto com a minha consciência, eu voto com respeito e com o compromisso que eu assumi com as pessoas que votaram em mim”, disse o deputado Reguffe (PDT-DF).
O PSDB tentou aprovar um salário-mínimo de R$ 600. Foi derrotado. “Acho que a oposição cumpriu seu papel patriótico de defender o interesse dos trabalhadores”, observou o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), líder do partido na Câmara.
O Democratas propôs R$ 560 com o apoio das centrais sindicais. Perdeu também. “O governo ligou o trator e passou por cima do Congresso. Pressionou sua base, ameaçou ministros e ameaçou não liberar emendas”, afirmou o líder do Democratas, deputado ACM Neto (DEM-BA).
“Nós não passamos por cima de ninguém. Articulamos e garantimos o debate político na casa. Ganhamos o debate político e ganhamos a votação”, rebateu o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza(PT-SP).
Durante a votação, os sindicalistas ficaram de costas para o plenário. Foi um dia inteiro de manifestações. No final das contas, o governo ganhou a disputa com folga. Agora, é a vez de o Senado decidir o valor do salário-mínimo, provavelmente já na semana que vem.
“Nós podemos dizer que a luta continua. Agora vamos para o Senado, nós vamos dar muito trabalho para o governo aqui na casa”, declarou o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
Essa foi a primeira grande votação do governo Dilma Rousseff. A presidente acompanhou tudo pela televisão no Palácio do Planalto. Se o Senado confirmar o valor do salário-mínimo de R$ 545, o governo admite discutir a correção da tabela do Imposto de Renda.
A lei aprovada prevê regras fixas para o cálculo do salário-mínimo até 20015: correção pela inflação mais o índice de crescimento da economia dos dois anos anteriores. A presidente Dilma soube aproveitar bem a chamada fase de lua de mel nesse início de governo.
Fonte: Notícias G1

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