domingo, 2 de outubro de 2011

Centenas de pessoas acompanham funeral de preso executado nos EUA


Troy Davis foi executado pela morte de um policial, mas se dizia inocente.
Caso recebeu atenção mundial de ativistas contra a pena de morte.

Centenas de pessoas lotaram uma igreja no estado Americano da Geórgia neste sábado (1º) para o funeral de Troy Davis, que foi executado no mês passado pelo assassinato de um policial. O caso que atraiu atenção mundial porque seus advogados afirmam que ele era inocente.
O velório aconteceu em uma igreja batista na cidade de Savannah, e refletiu a determinação de seus parentes, líderes de direitos civis, apoiadores e ativistas em transformar sua execução em uma campanha renovada contra a pena de morte.
“Existem aqueles que pensam que agora que Troy morreu... que nosso movimento acabou, que nossas vozes foram silenciadas e que nosso fogo se extinguiu”, disse Raphael Warnock, pastor de uma igreja batista de Atlanta.
“Mas temos notícias para eles. Apenas começamos”, afirmou, em um discurso que arrancou lágrimas e aplausos dos presentes.
O serviço durou mais de três horas e muitos participantes vestiam camisetas com os dizeres “Eu sou Troy Davis”.
“Troy nos disse para continuar lutando até que seu nome seja finalmente limpo, e que a Geórgia admita o que a Geórgia fez”, afirmou Benjamin Jealous, presidente da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor.
“Suas últimas palavras foram para que continuemos a lutar até que a pena de morte seja abolida e que nunca mais seja aplicada em ninguém”, disse Jealous.
No fim do funeral, caixas de som transmitiram uma mensagem de áudio gravada por Davis antes de sua morte, na qual ele agradeceu seus apoiadores e pediu que continuassem fazendo campanha contra a pena capital.

Entenda o caso
Troy Davis foi executado aos 42 anos em 21 de setembro, ao receber uma injeção letal do governo da Geórgia pelo assassinato do policial Mark MacPhail, ocorrido em 1989. MacPhail levou um tiro depois de ajudar um mendigo que estava sendo espancado em Savannah.
A execução foi adiada por quatro horas enquanto a suprema corte dos Estados Unidos decidia se concedia uma permissão ao condenado, que morreu assegurando ser inocente.
Nenhuma prova física ligou Davis ao crime. Desde sua condenação, sete das nove testemunhas mudaram seu discurso. Algumas disseram que foram coagidas pela polícia a testemunhar, e outras disseram que outro homem afirmou ter matado MacPhail.
O caso provocou protestos de opositores à pena de morte. O governo da França e o Conselho Europeu pediram que a justiça norte-americana concedesse a permissão ao condenado e quase um milhão de pessoas assinaram uma petição online.
Segundo a Anistia Internacional, foi o caso que recebeu mais atenção nos Estados Unidos nos últimos anos.
Da Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário