domingo, 18 de novembro de 2012

Sob tensão, tropas federais "acuam" produtores; senador pede socorro


À medida que tropas federais fecham o cerco, o clima fica cada vez mais tenso no povoado de Posto da Mata, em Alto Boa Vista (a 1.050 km a noroeste de Cuiabá), onde vivem cerca de 7 mil pessoas e que precisam desocupar a área por determinação da Justiça, já que foi reconhecido como território dos indígenas Marãiwatsédé. Agentes da Justiça Federal iniciaram as notificações. Moradores têm um mês de prazo para deixar a região de forma voluntária, mas, como muitos resistem, há risco de conflitos. Dezenas de agentes da Força Nacional de Segurança, do Exército, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal montaram bases na área para garantir o cumprimento da determinação judicial.
    Em Brasília, o senador Cidinho dos Santos (PR), que tem feito pronunciamentos da tribuna e participou de audiências em Ministérios em defesa de um acordo pacífico e para evitar o que chama de "derramento de sangue", teve uma sexta-feira com novas reuniões. Em audiência no Palácio do Planalto, o parlamentar pediu ajuda das ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e ainda do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Antes, Cidinho se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal Ayres Brito, também na tentativa de encontrar uma solução para o impasse e tensão que tomaram conta da região.
    Segundo o senador, Gleisi entrou em contato com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para alertar e evitar casos de abusos que estariam sendo cometidos por homens do Exército e da Força Nacional de Segurança. Nesta sexta, eles fecharam as rodovias federais BRs-242, 158 e 080 e ainda a MT-432, que dão acesso à Marãiwatsédé. Assim, está impedida a saída em direção a outros municípios. Não é possível deslocar-se entre Ribeirão Cascalheira e Confresa, via BR-158, passando por Posto da Mata. A medida foi para facilitar a notificação dos moradores para desocuparem o território. Um helicóptero sobrevoou a área. Um posseiro ficou emocionado no nomento em que foi notificado e passou mal. Moradores pediram que a polícia levasse-o para atendimento médico e, como houve recusa, tombaram uma viatura. Por pouco, não houve conflito. Um policial teve a máquina fotográfica confiscada e, depois de negociação, recebeu o equipamento de volta.
    Cidinho diz ter pedido a suspensão da desocupação. "Não há como tirar os moradores nesse clima de tensão", diz Cidinho, para quem o governo federal está agindo com descaso diante da gravidade da situação.
    Moradores da área afirmam que vão resistir à desocupação, mesmo com risco de serem retirados à força. São 168 mil hectares. A Funai afirma que o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos. Em 1980, a fazenda foi vendida para a petrolífera italiana Agip e se viu pressionada a devolver aos xavantes a terra durante a Conferência de Meio Ambiente, a Eco 92. Foi nessa época, quando dos estudos de delimitação e demarcação da terra indígena, que os não índios começaram a ocupar a área. Em 98 veio a homologação da terra indígena, mas brigas jurídicas separaram indígenas e produtores.
Fonte: http://www.passeiaki.com

Um comentário:

  1. A paz
    Pr. Marosam

    Acompanho suas postagens e sigo seu blog e resolvi dedicar um selo para o teu blog que recebi , almejo que goste.
    Deus abençõe sua vida
    Aqui está o link
    http://tudoprojetadopordeus.blogspot.co.uk/2012/11/laco-de-incentivo-leitura.html

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