TEXTO AUREO
“E, servindo eles ao Senhor,
e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra
a que os tenho chamado”. At 13.2
VERDADE APLICADA
“Quando um homem aceita a
Cristo e Ele se torna de fato o seu Senhor, todos os dons, bens, talentos, e
vida são transferidos para o reino de Deus”
TEXTOS DE REFERÊNCIA
2Tm 2.2 - E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a
homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.
2Tm 2.3 - Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus
Cristo.
2Tm 2.4 - Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de
agradar àquele que o alistou para a guerra.
2Tm 2.5 - E, se alguém também milita, não é coroado se não militar
legitimamente.
Introdução
Em lição anterior, foi visto que a
carreira espiritual de um homem que chega atingir elevados patamares é
construída com apoio de vários outros que depositaram nele a sua confiança.
Serão estatuadas aqui algumas das muitas qualidades que foram cumuladas com a
ajuda desses obreiros, resultado de esforço próprio e de uma crescente comunhão
com Cristo Jesus.
Paulo bem sabia da sua chamada para
trabalhar entre os gentios, na verdade, ele herdou o zelo missionário dos
fariseus e demais judeus que se esforçavam para trazer para o judaísmo os
pagãos.
1.1. Um obreiro preparado (At 13.1,2)
Quando o Espírito Santo falou ao coração da Igreja e a liderança
onde Barnabé e Paulo estavam, ordenou que eles fossem separados para a obra
previamente determinada pelo conselho divino (At 13.2). Paulo já era um homem
preparado por Deus para aquele momento, assim como Barnabé. Todavia, eles
continuaram aprendendo no trabalho missionário, mesmo que já tivessem um
conhecimento teórico com base na experiência dos fariseus proselitistas,
algumas experiências anteriores, etc. Observe que ele já falava grego e latim,
além do aramaico que era a língua falada em Israel; a sua cidadania romana lhe
conferia ampla mobilidade em todo o império romano com todos os direitos
assegurados a um cidadão comum de Roma, sem contar que aprendera fazer tendas
quando mais novo. Tudo isso foi muito útil.
O falecido Henry Martyn, missionário na índia e na Pérsia, disse
certa vez: "O Espírito de Cristo é o espírito de missões, e quanto mais
nos aproximamos de Cristo, mais intensamente missionários devemos nos
tornar". Paulo (Saulo) e Barnabé tiveram essa experiência ao ministrar em
Antioquia e ao ser chamados pelo Espírito para levar o evangelho ao mundo
romano.
Até então, Jerusalém havia sido o centro do ministério cristão,
e Pedro fora o principal apóstolo. Desse ponto em diante, Antioquia da Síria
torna-se o novo centro (At 11:19), e Paulo, o novo líder. É o evangelho em
movimento!
Lucas relaciona cinco homens que ministravam na igreja: Barnabé, sobre o qual já lemos (At
4:36, 37; 9:27; 11:22-26); Simeão, que talvez fosse da
África, uma vez que tinha o sobrenome "Níger” (ou "negro"); Lúcio de Cirene, que talvez
tenha sido um dos fundadores da igreja em Antioquia (At 11:20); Manaém, um amigo íntimo (ou talvez
um irmão adotivo) de Herodes Antipas, que havia mandado matar João Batista; e Saulo (Paulo), o último da
lista, mas que em breve seria o primeiro.
Estes homens serviam ao Senhor como "profetas e
mestres" nas igrejas locais. Os profetas ajudaram a lançar os alicerces da
Igreja ao proclamarem a Palavra de Deus (Ef 2:20; 1 Co 14:29-32). Eram mais
"proclamadores" do que "prenunciadores", apesar de, em
algumas ocasiões, anunciarem coisas vindouras (At 11:27-30). Os mestres
ajudaram a fundamentar os convertidos nas doutrinas da fé (2 Tm 2:2).
Deus já havia chamado Paulo para ministrar aos gentios (At 9:15;
21:1 7-21) e convocou Barnabé a trabalhar com ele. A igreja confirmou seu
chamado e os enviou para o campo missionário. Faz parte do ministério do
Espírito Santo, trabalhando por meio da igreja local, preparar e chamar
cristãos para ir a outras partes e servir.
1.2. Um obreiro experiente
Ninguém nasce experiente em
alguma coisa, todos aprendem com os outros, pela observação e pelos próprios
erros. Paulo foi adquirindo experiência pouco a pouco na sua carreira cristã,
mas de forma muito substancial pelos lugares por que passou como: nas regiões
da Arábia, em Damasco, em Jerusalém, na Cilicia e agora em Antioquia da Síria
ao lado de Barnabé. Deus foi lhe preparando ao longo de sua vida e não de uma
vez, mas depois chegara a hora de ser lançado como uma flecha polida no coração
dos gentios pela Palavra de Deus. Todavia, deve-se lembrar de que sempre haverá
novas situações na obra de Deus, em que as nossas experiências são
insuficientes. Quando isso acontece, é porque Deus quer que seja usada fé e não
nossos conhecimentos anteriores. Paulo possuía uma vantagem que jamais deve ser
ignorada, a presença e a revelação divina.
1.3.
Um servo submisso
Nem Barnabé, nem Paulo
fizeram qualquer questionamento sobre ir mundo afora ao longo do Império
Romano. Em verdade, Deus já vinha trabalhando desde antes, falando, confirmando
e provendo experiências para o momento devido que havia chegado ali em
Antioquia. Paulo aprendeu ouvir a voz do Senhor desde o caminho de Damasco em
diante. Com esse ouvir, ele atendia prontamente como um servo. Tanto para
trabalhar, quanto para não trabalhar (At 16.6,7); tanto para fugir de uma cidade que
ficara para dar testemunho, quanto para suportar as pressões de uma perseguição
por amor aos escolhidos (At
18.9,10; 22.17,18).
Aqui reside um grande segredo, quando se aprende a atender a voz do Senhor prontamente,
ele vai falando mais e mais conosco.
At 16.6,7 – Paulo
e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido
impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia.
Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar na
Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu.
Depois
de visitar as igrejas que havia fundado, Paulo tentou desbravar novos
territórios para o Senhor viajando rumo ao Oriente, para a Ásia Menor, à
Bitínia, mas o Senhor fechou a porta. Não sabemos de
que maneira Deus revelou sua vontade sobre essa questão, mas podemos imaginar
que Paulo ficou decepcionado e, talvez, um tanto desanimado. Tudo corria tão
bem em sua segunda viagem e essas portas fechadas devem tê-lo pego de surpresa.
Contudo, é reconfortante ver que mesmo os apóstolos não sabiam sempre com toda
clareza qual era a vontade de Deus para seu ministério! Deus já havia planejado
que a mensagem chegaria a esses lugares em outra ocasião (At 18:19 - 19:41; ver
1 Pe 1:1).
Em
sua graça soberana, Deus conduziu Paulo ao Ocidente, em direção à Europa, não
para o Oriente, em direção à Ásia. Em Trôade, Paulo teve uma visão na qual um
homem o chamou para ir à Macedônia. "Nada fortalece mais um homem do que
um pedido de socorro", escreveu George MacDonald, e, mais que depressa,
Paulo atendeu ao pedido da visão.
At 18.9,10 - Certa
noite o Senhor falou a Paulo em visão: “Não tenha medo, continue falando e não
fique calado, pois estou com você, e ninguém vai lhe fazer mal ou feri-lo,
porque tenho muita gente nesta cidade”.
A
conversão de Crispo, um importante líder judeu, criou mais oportunidades e
causou mais oposição do inimigo! Por certo, a comunidade judaica em Corinto
ficou furiosa com o sucesso de Paulo e fez todo o possível para calá-lo e se
livrar dele. Lucas não dá detalhes, mas tenho a impressão de que entre Atos
18:8 e 9, a situação tornou-se particularmente perigosa e difícil. Talvez Paulo
estivesse pensando em deixar a cidade, quando o Senhor dirigiu-se a ele e lhe
deu a segurança de que precisava.
É
típico do Senhor nos falar quando estamos mais necessitados. Ele nos diz com
ternura: "Não temas!" e, quaisquer que sejam as circunstâncias, suas
palavras acalmam a tempestade em nosso coração. Foi assim que deu segurança a
Abraão (Gn 15:1), Isaque (Gn 26:24) e Jacó (Gn 46:3), bem como a Josafá (2 Cr
20:15-17), Daniel (Dn 10:12,19), Maria (Lc 1:30) e Pedro (Lc 5:10). Algumas
passagens bastante apropriadas sobre as quais meditamos quando nos sentimos
sozinhos e derrotados são Hebreus 13:5 e Isaías 41:10 e 43:1-7, e, depois de
refletir sobre essas palavras, podemos nos apropriar, pela fé, da presença de
Deus. Ele está conosco!
Um
famoso pregador inglês G. Campbell Morgan costumava ler a Bíblia todas as
semanas para duas senhoras de idade. Uma noite, quanto terminou de ler as
últimas palavras de Mateus 28, Morgan disse às duas senhoras:
-
Que promessa maravilhosa!
-
Meu jovem - uma delas respondeu isso não é uma promessa, é uma certeza!
Jesus
já havia aparecido a Paulo na estrada para Damasco (At 9:1-6; 26:12-18) e
também lhe apareceria no templo (At 22:17, 18). Paulo seria encorajado
novamente pelo Senhor quando estivesse preso em Jerusalém (At 23:11) e,
posteriormente, em Roma (2 Tm 4:16, 17). O anjo do Senhor também apareceria a
Paulo, em meio à tempestade, para garantir a segurança dos passageiros e da
tripulação (At 27:23-25). Um dos nomes de Jesus é "Emanuel - Deus
conosco" (Mt 1:23), e ele faz jus a esse nome.
Paulo
foi encorajado não apenas pela presença do Senhor, mas também por suas
promessas. Jesus garantiu a seu apóstolo que ninguém lhe faria mal e que ele
conduziria muitos pecadores ao Salvador. A declaração: "Tenho muito povo
nesta cidade" deixa implícita a doutrina da eleição divina, pois "o
Senhor conhece os que lhe pertencem" (2 Tm 2:19). A Igreja de Deus é
constituída de pessoas "[escolhidas] nele antes da fundação do mundo"
(Ef 1:4; ver também At 13:48).
Atos 22.17,18 - “Quando voltei a
Jerusalém, estando eu a orar no templo, caí em êxtase e vi o Senhor que me
dizia: ‘Depressa! Saia de Jerusalém imediatamente, pois não aceitarão seu
testemunho a meu respeito’.
2. Um soldado valoroso
Quando Barnabé e Paulo
saíram de Antioquia sob as ordens do Senhor levaram como cooperador a João
Marcos, com a finalidade de ele instruir sobre os rudimentos da fé aos novos
convertidos e batizá-los, enquanto os missionários se dedicariam mais a pregar
aos ainda não convertidos.
2.1.
Um servo Sofredor
Depois de Chipre, terra
natal de Barnabé, Paulo assumiu a liderança da missão. Evidentemente, que Paulo
foi sempre o que assumiu mais riscos em prol do Evangelho, por causa do seu
jeito mais ousado de falar. Em Antioquia da Psídia, por causa da multidão que
creu, Paulo foi banido da cidade (At 13.50); em Icônio, eles fugiram a tempo
para não serem apedrejados (At 14.6); em Listra, Paulo curou a um coxo de
nascença, sendo apedrejado depois pelos judeus de Antioquia e Icônio, e jogado
no lixão da cidade (At 14.19). O próprio Paulo ensinava que, “por muitas
tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Os sofrimentos e
humilhações foram incontáveis ao longo do seu ministério apostólico entre os
gentios. Por isso disse a Timóteo: “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom
soldado de Jesus Cristo”.
2.2.
Um missionário estrategista
O que traz vitória na guerra
é uma boa estratégia, e Paulo era um ótimo estrategista na evangelização. Ele
sempre priorizava os judeus, pois estavam organizados nas cidades e tinham a
sua sinagoga. Ali eles já desenvolviam um trabalho de proselitismo ao derredor,
entre os gentios, o que facilitava muito para o trabalho de Paulo, por isso,
como fariseu que era, ia aos sábados nas sinagogas e pregava a todos os que
estivessem lá.
2.3.
Um
líder adaptável
Paulo era flexível em seu
método de abordagem, para os judeus ele falava como sendo judeu, ele usava a
Lei, com os Profetas lhes relembrando às promessas de um Messias sofredor, etc.
Mas para com os gentios, ele falava como se fosse gentio, de maneira que falava
positivamente do Criador de todas as coisas e que enviara seu Filho, como fez
em Listra. Como ele mesmo escreveu: Fiz-me de escravo, de judeu, de fraco,
enfim, “Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns”
(ICo 9.22b). Paulo, em seus dias, enfrentava uma diversidade cultural muito
grande, porém a mensagem do evangelho não é privilégio de alguns, e sim, para
todos os povos. Assim, quando abordava as pessoas, ele procurava um ponto de
contato social ou cultural que o identificasse com seus ouvintes e eliminasse
as barreiras piscológicas para aplicar o evangelho com eficácia. Logo, fica
claro, que ele não chegava impondo a sua cultura ou desrespeitando as outras
crenças, mas anunciava, com muito tato, a salvação em Jesus Cristo.
I Coríntios 9.22 - Para com os fracos tornei-me fraco, para
ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar
alguns.
Uma dificuldade especial
das igrejas eram os “fracos”. De fato oneravam qualquer vida eclesial. Será que
realmente deviam ser conquistados e introduzidos na igreja? Não seria mais compensador empenhar-se apenas
pelas pessoas fortes e capazes? Por isto, os “fortes” e os “livres” não estavam
dispostos a empenhar -se seriamente por esses fracos. Pudemos ver isto no
capítulo 8 desta carta. Paulo sempre lutou para que também os fracos tivessem
seu local pleno na igreja (1Ts 5.14; Rm 14.1; 15.1). Tentou ganhar também a
eles, tornando-se por isso “um fraco para com os fracos”. Não destacou a sua
força, sobrecarregando os fracos, mas compreendeu-os e respeitou-os em sua
fraqueza.
Em seguida Paulo resume
tudo numa frase que exprime, de modo inesquecivelmente conciso, uma regra
básica de toda a evangelização: “Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por
todos os modos, salvar alguns.” O evangelista não exige, mas serve. Por isso
busca o outro no lugar em que este verdadeiramente se encontra. Aquilo que o
Filho de Deus realizou em grandes proporções ao se tornar humano, seu emissário
agora realiza diante de todas as diferentes pessoas às quais chega. Não os
interpreta intelectualmente a partir de uma altura superior, mas ele “se faz
tudo para eles”; chega até eles de fato em seu ambiente de vida e vive com
eles, assim como o santo Filho de Deus partilhou conosco todo o destino humano
até no sofrimento e na morte. Em Paulo isso se tornou singularmente evidente
quando ele, o israelita circuncidado e ex-fariseu, partilhou integralmente a
vida “sem lei” das pessoas das outras nações. Seu objetivo é ganhar.
Para Paulo “ganhar” é
essencialmente “salvar”. Por isso Paulo considera todas as pessoas como “perdidas”
que precisam ser salvas pela palavra da cruz. E diante desse alvo
extraordinariamente grande e necessário acontece essa entrega ao ministério em
sua vida. Paulo é muito sóbrio nesta questão. Ele não pensa que nessa dedicação
aos outros tenha encontrado o método seguro para alcançar a “todos” e salvar a
todos. Porém, com a penosa seriedade de suas múltiplas experiências, ele
escreve: “com o fim de, por todos os modos, salvar alguns”. Também nesse ponto
temos de aprender dele. Constantemente procuramos métodos eficazes e facilmente
medimos nosso trabalho pelos grandes números que atingimos. Quantas pessoas,
porém, realmente “salvamos”, isso é outra questão. Poderemos ficar cheios de
gratidão se forem os mesmos “alguns” de que fala uma pessoa como Paulo.
Os métodos de Deus continuam os mesmos no que tange a obra missionária, eles são
homens chamados por Ele, cheios do Espírito Santo, verdadeiros soldados
valorosos. Ele está interessado em pessoas dispostas a agradarem-lhe, soldados
que lutem comprometidos com a vitória de seu Reino. É bem verdade que há alguns
que entram numa guerra com intenções dolosas, inclusive de se enriquecerem com
os espólios. Esse é. o mesmo sentimento de Acã que pensou em tirar vantagens
para si, ignorando todo um contexto de vidas que se perderam por causa da sua
ganância e loucura (Js 7.21).
A carreira de um homem é
determinada pelo constante preparo, e pela dedicação integral no exercício da
sua escolha. Nos antigos jogos gregos de Olímpia, que inspirou a moderna
olimpíada, era declarada uma trégua entre as cidades que se rivalizavam para
que os atletas chegassem com segurança, tais homens representavam a sua cidade
de origem, e, no retorno, eram celebrados como heróis por elas quando campeões.
Paulo era, portanto, um homem tal qual um atleta do Reino de Deus que tinha em
mente alcançar uma coroa que não se deteriora.
3.1.
O objetivo de Paulo (1Co 9.26a)
Paulo, como atleta-missionário,
tinha uma marca a atingir, isso significa dedicação integral, ele não podia se
distrair com outra coisa que o afastasse de seu alvo. A sua dedicação era tão
intensa que não admitia desistências como no caso de João Marcos, que diante de
Perge na Panfília os deixou. Se bem que lá era um lugar montanhoso, arriscado e
infestado de ladrões. Contudo, para Paulo, tratava-se apenas de um obstáculo a
ser vencido a fim de chegar ao seu destino, ele tinha uma marca a atingir;
depois de apedrejado em Listra, e ali dado como morto, Paulo escapou, mas em
seguida levanta-se e entra na cidade novamente. Tentamos entender o que havia
na mente de Paulo, para que mesmo tomando uma surra de varas em praça pública e
sendo injustamente preso, ainda assim insistia em permanecer em Filipos (At
16.37-39). Posteriormente, Paulo mesmo dá uma resposta: “Prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14).
Essa renúncia obviamente
não é brincadeira. Paulo mostra isso em sua própria vida. “Portanto corro, não
como indeciso;”. A palavra que Paulo utiliza na realidade significa “de maneira
imprecisa”. Não corre de forma a não conseguir reconhecer para onde, afinal, se
dirige sua corrida.
3.2.
Assim
combato, não como batendo no ar (1Co 9.26b)
Os desafios de um
missionário são grandiosos, existe um combate pelo estabelecimento do Reino de
Deus e bem sabemos que Satanás de alguma forma contra-atacará. À medida que um
obreiro vai tendo êxito, ele tentará distrair o servo de Deus consigo mesmo,
fazendo-o achar-se mais santo, um escolhido de Deus, e um anjo do céu na terra.
Paulo não admitia perda de tempo, pois o elemento com que trabalha é eterno.
Assim, quando ele achava que tinha terminado o seu testemunho em determinado
lugar, mudava-se para outro, pois a vida é curta, o tempo passa, e aquela
geração se não for evangelizada, perder-se-á. Ao mirar para as santas
Escrituras, elas são confrontadas com o elevado padrão dos primórdios
evangelizadores.
Não se parece com um
boxeador que “golpeia o ar” a esmo. Tudo em seu corpo está concentrado e
direcionado para o alvo. Nos coríntios ele constatava aquela ambivalência e
duplicidade que também hoje deteriora o ser cristão. O olhar dirige-se a dois
alvos ao mesmo tempo. Sem dúvida não se deseja perder a eternidade, mas o
desejo e o empenho valem sobre tudo também para a prosperidade terrena. No
entanto, a corrida daquele que corre ao mesmo tempo para dois alvos torna-se
necessariamente “imprecisa” e “incerta”.
Não dá mais para constatar
para onde o cristão está correndo, afinal. Em sua luta ele já não golpeia com
seriedade, não vê mais o inimigo que quer acabar com sua vida; por isso o
cristão talvez ainda lute, mas com muita frequência “como alguém que golpeia o
ar”.
3.3.
Para alcançar uma coroa
incorruptível (1Co 9.25)
Numa olimpíada, o
descumprimento das regras implicava penalidades e até na eliminação da
competição como acontece em nossos dias. Por outro lado, qualquer prêmio que
não represente uma participação legítima não tem valor. No Reino de Deus, a desclassificação
é muito real, só que, às vezes, o atleta (crente) nem percebe que foi
eliminado. O sofrimento e a ingratidão no trabalho ministerial pode tornar um
coração muito ressentido, insensível e, é assim que muitos, na verdade, estão
fazendo a obra de Deus. Imaginando que tem a aceitação dele, quando, na
verdade, estão desclassificados há tempos, e tudo, quanto fizerem, não terá
louvor algum diante de Deus. Noutras palavras, significa que a coroa
incorruptível, de justiça, imarcescível jamais será alcançada por um
desclassificado. Para evitar a desclassificação, o obreiro esmurra o próprio
corpo e o reduz à escravidão, para que ao evangelizar a outros não seja
desqualificado (ICo 9.27). É desse homem que estamos falando. Paulo assim o
fez.
Agrega-se a isso um
segundo elemento que os coríntios igualmente conhecem da atividade esportiva: “Todo
aquele que luta, em tudo se domina.”. O atleta evita determinadas coisas
durante o treinamento, não porque fossem “ruins” ou “proibidas” em si. Sua
abstinência tampouco é um fim em si mesmo nem tem valor em si. Serve apenas ao
grande alvo de alcançar o prêmio da vitória, e simplesmente é
parte objetiva dele,
quando se visa obter a coroa almejada. Obviamente no esporte trata-se apenas de
uma “coroa perecível”. Diante dos cristãos está a “coroa imperecível” da vida
eterna. Então o cristão pode e precisa evitar decididamente tudo o que poderia
atrapalhá-lo na corrida para esse alvo. Não está em questão se algo é
“pecaminoso” ou talvez, ainda assim, “permitido” ou até muito bom e valioso. A
abstinência em si tampouco é algo “superior” e “mais valioso”. Não estão em
jogo quaisquer leis ou proibições. A acusação do legalismo aqui erraria
completamente o alvo. O que está em jogo é unicamente o alvo eterno e a
necessária e deliberada renúncia a tudo o que me poderia me privar desse alvo
extraordinário.
Por essa razão Paulo
também se restringe à declaração bem genérica: “comedido em todos os aspectos”.
O que ameaça deter e travar cada cristão em sua carreira pode ser muito diversificado.
O que não prejudica em nada a esta pessoa pode vir a ser um sério perigo para
outra. Nessa questão não há regras gerais. Contudo cada cristão precisa prestar
atenção com profunda seriedade e decidida clareza àquilo que tenta impedir que
justamente ele chegue ao alvo. É isso que ele terá de deixar de lado, por mais “inofensivo”
ou “precioso” que possa ser.
Bem poderíamos falar sobre as viagens missionárias
de Paulo, dos lugares por que passou e das aventuras descritas por Lucas, mas,
como missionário, preferimos escrever acerca da sua pessoa e postura.
O seu legado a nós deixado foi, sobretudo, o exemplo marcante do seu ser que
impregnou de Cristo o mundo, como ele mesmo chegou a dizer: “somos o bom cheiro
de Cristo”. Tal odor não perdeu seu vigor. Pois ainda perfuma, influencia, e
transforma vidas.
Conclusão
Ele foi um vaso escolhido para levar o
nome de Cristo, um soldado valoroso, um estrategista do Reino, um fazedor de
tendas, um plantador de igrejas, um homem que trouxe, no corpo, as marcas de
Cristo. O que fez a diferença na vida de Paulo foi o preparo constante e a
dedicação intensa. Os mesmos princípios que, se levados a efeito, trarão
impacto também ao nosso trabalho. .
QUESTIONÁRIO
1.
O que o Espírito Santo ordenou na igreja de Antioquia?
R.
Que Barnabé e Paulo fossem separados para obra previamente determinada pelo
conselho divino.
2. Cite as regiões por que Paulo passou
antes de fazer a obra missionária com Barnabé:
R.
Regiões da Arábia, Damasco, Jerusalém e em Tarso da Cilicia.
3.
Quem foi o cooperador de Barnabé e Paulo na primeira viagem missionária?
R.
João Marcos.
4 Por que João Marcos abandonou a missão
diante de Perge na Panfília?
R.
Abandonou temendo os desafios.
5. Paulo ensina que por muitas
tribulações, o que importa é?
R.
Entrar no reino de Deus.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º Trimestre
de 2012, ano 22 nº 85 – Jovens e Adultos – Apóstolo Paulo.
Comentário Bíblico
Expositivo – Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento
Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
O Antigo Testamento
Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança -
Novo Testamento
Comentário Bíblico Matthew
Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B.
Meyer
Bíblia – THOMPSON
(Digital)
Bíblia de Estudo
Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição
revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores
– CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
Read more: http://www.revistaebd.com/p/licao-06-11-de-novembro-de-2012-paulo-e.html#ixzz2BpOZJXSW
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